02 julho 2012

Bite Magazine

@Alfredo de Stéfano


Texto e curadoria realizados para a Bite Magazine


Fotografias me alimentam. Fotografias me transportam. Fotografias me marcam.

Fotografias abrem uma fenda no tempo do ordinário ou transformam o ordinário em extraordinário.

Esta seleção de trabalhos em fotografia não tem uma linha mestra: constituem apenas uma parte das imagens que em algum momento me despertaram emoção e que, por isso, até hoje me acompanham.

São trabalhos de artistas tão diferentes como foram os caminhos percorridos, as reflexões e desafios que cada tema provocou, levando-os a criar métodos, conceitos e soluções para tornar matéria o que nasce devaneio.
Alguns projetos parecem mais próximos ao documento, como o funk transe Totoma! de Daniela Dacorso. Ou os retratos de domésticas e seus patrões, do esloveno Andrej Balco (que, numa temporada no Rio, escapou do cliché pobreza-violência, mirando a classe média carioca). Ou, ainda, o Baixo Estácio do carioquíssimo A.C Júnior, onde o samba é mais silêncio que alegria.

Outros projetos apontam para brechas e pequenos sinais deixados na pele do tecido urbano que falam de amor e dor, como a série Love Story, de Leonardo Ramadinha. E para paisagens enigmáticas que só poderiam existir na mente de sonhadores como o argentino Esteban Pastorino, que na série K.P.A transforma em maquetes lugares fotografados de uma pipa munida de uma câmera artesanal. Como não atentar também para o bem-humorado e auto-explicativo Sobremim, de Isabela Lira? E para o mexicano Alfredo de Stéfano, que na série REPLENISHING EMPTINESS faz do deserto o território do efêmero, com suas experiências de intimidade e relativização da natureza?

Aproprie-se destas imagens, leve-as com você para onde for, atente para a espessura do tempo que existe em cada uma. Um tempo mais frenético ou um tempo mais desacelerado, não importa. Apenas pare e observe.

















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