Foi aberta no dia 29 de abril a exposição "Le Brésil Illustré: L'heritage postcolonial de Jean-Baptiste Debret" na Maison de l'Amerique Latine, em Paris, França, com curadoria de Jacques Leenhardt e Gabriela Longman.
Eu e minha dupla de arte e vida Isabel Löfgren já havíamos participado do livro "Rever Debret" do Professor Leenhardt, publicado em 2023 pela Editora 34, que ganha agora a versão francesa pela Actes Sud. O livro desdobrou-se nesta super exposição coletiva, e apresentamos o políptico intitulado "Modos de Olhar", que faz parte da série Mãe Preta, onde revisitamos criticamente imagens que naturalizaram o racismo no Brasil, com foco no protagonismo das mães negras.
Nosso país detém o maior acervo iconográfico sobre o período da escravidão, mas ele é ainda pouco estudado e o pensamento crítico sobre o tema é recente. Isso está mudando graças a uma geração efervescente de artistas brasileiros contemporâneos, da qual fazemos parte. Também na França, Debret é pouco conhecido.
O passado colonial não cansa de nos assombrar e repetir, todos os dias, no Brasil e no Mundo. Os genocídios continuam em curso. Silenciar é também uma forma de consentir.
Nos dias 5 e 6 de maio houve um super colóquio na Maison e Isabel nos representou e falou sobre a nossa pesquisa, que iniciou em 2015 e segue em processo. Agradeço pela oportunidade e por estar ao lado deste grande elenco de artistas: Anna Bella Geiger, Tiago Gualberto, Claudia Hersz, Jaime Lauriano, Lívia Melzi, Valerio Ricci Montani, Eustáquio Neves, Dalton Paula, Tiago Sant’Ana, Heberth Sobral, Gê Viana e Denilson Baniwa.
A exposição fica até 4 de outubro e tudo indica que terá uma montagem em São Paulo ainda em 2025!